Filhos da escuridão
Sentem a terra nos pés descalços;
Mas não pelo prazer de tocar o chão;
Pernoitam por todos os espaços;
Nascem das entranhas da escuridão.
Engendrados pela miséria do mundo;
É trabalho árduo conseguirem o que comer;
Então caem num buraco profundo;
E no vácuo os sonhos e valores irão se desvanecer.
Na sua realidade o amor é fictício;
É como uma estrela inalcançável;
Abraçam o ócio e o vício;
E a morte torna-se um sentimento inefável.
As roupas rasgadas como sua alma;
Deixam congelar os pedaços de carne entorpecidos;
Então as drogas apagam o trauma;
De serem uma grande massa de pequenos excluídos.
Porém a escuridão ainda transpõe o luar;
Pois a fome reside no corpo e o ódio no coração;
E sofrem mais pelo descaso da sociedade em não retirar;
As armas mortíferas de suas mãos.
de Larissa Oliveira
Fonte:http://www.pucrs.br/mj/poema-drogas-1.php
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